As Equações da Matemática na Vida




Quando você forma um vínculo com alguém, forma uma aliança. Não é atoa que o uso de alianças é um dos símbolos mais antigos e universais do casamento. O círculo dá a noção de ligação, de fluxo, de continuidade. Quando se forma um vínculo, a energia flui. E o vínculo só se mantém vivo se essa energia continuar fluindo. Essa é a idéia de mutualidade, de troca. Nessa caminhada da vida, ora andamos de mãos dadas, em sintonia, deixando a energia fluir, ora nos distanciamos.


(Imagen do Pinterest)

Desvios sempre existem. Podemos nos perder em um deles e nos reencontrar logo adiante. A busca é permanente. O que  não se pode é ficar constantemente fora de sintonia.
Antigamente, dizia-se que as pessoas procuravam se completar através do outro, buscando sua metade no mundo. A equação era 1/2 + 1/2 = 1.
"Para eu ser feliz para sempre na vida, tenho que ser a metade do outro." Naquela loteria do casamento, tirar a sorte grande era achar a sua cara-metade.
Com o passar do tempo, as pessoas foram desenvolvendo um sentido de individualização maior e a equação mudou. Ficou: 1 + 1 = 1. "Eu tenho que ser eu, uma pessoa inteira, com todas as minhas qualidades, meus defeitos, minhas limitações. Vou formar uma unidade com meu companheiro, que também é um ser inteiro." Mas depois que esses dois seres inteiros se encontram, era comum confundirem-se, ficarem grudados  num casamento fechado, tradicional. Anulavam-se mutuamente.
Com a revolução sexual e os movimentos de libertação  feminina, o processo de individualização  que vinha acontecendo se radicalizou. E a equação mudou de novo: 1+1= 1+1.
Era "cada um na sua." "Eu tenho que resolver meus problemas, cuidar da minha própria vida. Você deve fazer o mesmo. Na minha independência total e autossuficiência absoluta, caso com Você, que também é assim." Em nome dessa independência, no entanto, faltou sintonia, cumplicidade e compromisso afetivo. É a segunda crise do casamento que acompanhamos nas décadas de 70 e 80. 
Atualmente, após todas essas experiências, eu sinto as pessoas procurando outro tipo de equação: 1+1=3. Para a aritmética ela pode não ter lógica, mas faz sentido do ponto de vista emocional e existencial. Existem você, eu e nossa relação. O vinculo entre nós é algo diferente de uma simples somatória de nós dois. Nessa proposta de casamento, o que é meu é meu, o que é seu é seu e o que é nosso é nosso.
Talvez aí esteja a grande mágica que hoje buscamos, a de preservar a individualidade sem destruir o vínculo afetivo. Tenho que preservar o meu Eu, meu processo de descoberta, realização e crescimento, sem destruir a relação. Por outro lado tenho que preservar o vínculo sem destruir a individualidade, sem me anular. Acho que assim talvez possamos  chegar ao ano 2000 um pouco menos divididos entre a sede de expressão individual e a fome de amor e de partilhar a vida. Um pouco mais inteiros e felizes. Para isso, temos que compartilhar com nossos companheiros de uma verdadeira intimidade. Ser íntimo é ser próximo, é estar estreitamente ligado por laços de afeição e confiança.
Maria Helena Matarazzo



Considerações:
Estava aplicando um simulado aos meus aluninhos do 8º ano quando me deparei com esse texto.
A questão que o acompanhava era: 
"O texto trata principalmente:
(A) da exatidão da matemática da vida 
(B) dos movimentos de libertação feminina
(C) da loteria do sucesso do casamento
(D) do casamento no passado e no presente

E pensei comigo, gente a alternativa correta não está aí, o texto dá orientações do que já deu errado e lança um caminho para quem quer se aventurar na vida a dois sem levar muitos tombos, pois alguns são inevitáveis. Abram os olhos criancinhas!!! Conquistem e ganhem o mundo, aprendam que a vida é um exercício de aprender a conviver uns com os outros, afetivamente ou não, mas como sabemos que quase tudo tem prazo de validade, vivam com paixão, abracem, amem, cuidem e exijam o mesmo das pessoas a sua volta. Se amem muito mais antes de permitir que alguém entrem em suas vidas. E se você se permitir a experiencia, saiba escolher, ou melhor, SINTA se é o que te faz pulsar, que te faz feliz, que acrescenta, que te incentiva a ser alguém melhor, que te faz sorrir e dá um sentido novo a sua vida.

Ps.:
"Acho que assim talvez possamos  chegar ao ano 2000 um pouco menos divididos entre a sede de expressão individual e a fome de amor e de partilhar a vida."
Maria Helena, já chegamos aos anos 2018 com celulares cada dia mais modernos, aplicativos que prometem aproximar as pessoas, inúmeras redes sociais e nunca se viu tantas pessoas mal acompanhadas, mal amadas, solitárias e depressivas. Vamos lançar projeções  pra 2025??? Quem sabe até lá evoluímos um pouco um pouco mais no quesito "relacionamento".


Já tinha um tempinho que não postava reflexão por aqui. Gostaram do texto? 

Beijo, abraço e até!!! 💋

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