"A vida só é dura pra quem é mole" - Anita Ribeiro Mota



Oi gente!!!
Como têm passado?


Pensando em  como começar esse texto, lembrei dessa frase da minha avó, dona Anita.


Ela nasceu em Pastos Bons - MA e veio para Marabá - PA,  minha cidade natal, muito nova. O meio de transporte escolhido foi barco e naquela época já tinha companhia, 03 filhos ( Maria de Jesus, Maria Deusa e João Carlos). Fico imaginando os sentimentos que por ventura lhe ocorriam naquele momento: medo e insegurança do que poderia acontecer não só a ela , mas às crianças, das dúvidas que surgiram sobre o futuro, porém, fora a CORAGEM que mais esteve presente em todos os momentos da sua vida. Sim, ela era muitíssimo corajosa. 
Dos dois casamentos que eu saiba que minha avó teve, foram 19 gestações, isso mesmo, dona Anita era danada. E apesar de ter tido dois companheiros ( um que não conheci, mas que não foi muito legal e o Vô Raimundo, um amor de pessoa que faleceu de Leucemia), no geral criou os filhos sozinha. E apesar de ser analfabeta, educou e fez questão que todos os filhos estudassem.
Mas se os dois companheiros foram ausentes e ela era analfabeta, como ela conseguiu sustentar todos os filhos??? E eu lhes digo que foi TRABALHANDO muito dignamente, lavando e passando roupa na beira do rio Itacaiunas para que os filhos não tivessem o mesmo futuro que ela, e como ela mesmo dizia, "só não prestou quem não quis minha fia".
Da sua vinda do Maranhão a idade que ela tinha, 84 anos, foram muitas histórias e experiencias  que dariam um livro.


Os filhos em vida são Maria de Jesus, João Carlos, Maria do Carmo, Rosângela, Creusa, Ana Cassia, Raimundo Adésio, Rita de Cassia e Lívia Maria, que lhe deram netos e bisnetos maravilhosos, inclusive essa pessoa que vos fala...rs.


E aí estando tanto tempo sem postar nada por aqui, me senti na obrigação de "recomeçar" as coisas no blog por uma ocasião especial: hoje é o sétimo dia do seu falecimento. 
Das lembranças ficam as gaitadas (risadas, pra quem não sabe), as conversas, os conselhos, os chás da tarde com pamonha e bolo de macaxeira, o gosto especial por flores e plantas, o sabor do bolo frito e da torta de feijão com banana frita que só ela sabia fazer, das palavras que eram ditas só por ela: laquera, fuzaca, lausa e etc.


Além do principal, os abraços de despedida que sempre eram longos, apertados, cheios de carinho e ela soltava um "aaaaai" depois de eu dar um leve tapinha na bunda dela, aí ela soltava um "menina, deixa de ser sem-vergonha" e sorriamos juntas...rs.

E se das lembranças ficam os momentos felizes, as lições são pra ser sempre honesto(a) "pq vcs nunca me viram fazendo nada errado", trabalhar com dignidade "lavei roupa a vida toda e nunca morri por causa disso", ter coragem e ser forte, porque " A vida só é dura pra quem é mole".



Vó que Deus a tenha, saudades eternas!!!

Anita Ribeiro Mota 

*04.07.1933   
+ 07.02.2017 












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